A sensação que eu tenho tido ultimamente é de que agora trabalho para pagar contas de bens materiais. Na década de 70 os pais trabalhavam para por comida na mesa dos filhos; agora nós trabalhamos para pagar contas de bens !!!!
È a renda da casa; a prestação do carro mais a comidinha dele; as contas da luz e da água e por fim a conta do supermercado – isto se entretanto não aparecer antes a conta da roupa de marca e dos telemóveis xpto. E não convém lembrar dos seguros , de certos impostos e os livros escolares.
Se antes os pais trabalhavam para dar a melhor alimentação possível aos filhos , os pais de agora querem dar o mundo e poupam na paparoca, que “agente com uns hambúrgueres safa-se”.
As prioridades das famílias definitivamente mudaram; á geração dos vintes faltam bases para crescerem de forma sólida.
Toca a comprar, porque me apetece e depois logo vejo como pago!!!
Ainda há pessoas que se podem dar ao luxo de comprar o que bem lhes apetece, mas a maioria vive neste momento de aparências e tenta a todo o custo evitar mostrar aos filhos que não tem pão para lhes dar.
Os meus avós passaram muita fome; os meus pais andaram descalços até aos 10 anos e tinham de dividir a pouca comida que havia entre todos.
Eu, já tive a sorte de poder viver numa casa onde nunca faltou pão e sopa nos momentos piores.
Os filhos da minha geração neste momento têm no futuro uma grande incógnita e falta-lhes as armas e a vontade para lutar.
Estamos de volta a uma situação cíclica que eu e mais alguns viveram no auge da adolescência; a minha família passou por privações grandes com bastantes dificuldades para pagar a renda da casa e salários em atraso, conseguindo dar a volta com as armas e força de vontade que tinham á mão.
Esta geração que agora está a terminar cursos para além de não ter perspectiva de emprego, muitos já tem familiares no desemprego, casas penhoradas e estarão certamente a viver situações complicadas para quais não receberam orientação para lutar.
A geração que conseguiu ter acesso a tudo agora não consegue por comida na mesa dos filhos, mas terá certamente boas casas, bons electrodomésticos, um bom carro, e o frigorifico vazio.
Estão cheios de teoria e falta-lhes coragem e audácia para deitar mãos ao trabalho e aprender!
Voltarão os nossos filhos ás hortas para terem o que comer? Haverá ainda quem os ensine?
Entendo-te tão bem... às vezes eu ao ouvir e ver tanta parvoíce fico a perguntar-me se esta gente terá crecido toda em berço de ouro.
ResponderEliminarÉ que eu tal como tu ouvi muitas vezes as histórias que os meus avós contavam e o testemunho dos meus pais e sempre soube que o dinheiro não nascia nas árvores ao contrário do que muita gente pensa.