sexta-feira, 27 de julho de 2012

Uns dias diferentes


Este ano reparti as minhas férias  por terras do sul de Espanha e a visita do costume á aldeia.
 Fizeram-me a surpresa de marcar uns dias num hotel com acesso direto á praia  e gostei.  Bem analisadas as coisas não é muito diferente da Costa ou do Algarve , a atitude dos espanhóis é que , isso sim é muito diferente. Tudo limpinho e arranjado com lava pés e duche a cada saída de praia. Um passeio marítimo de kilometros que dava bem para digerir o jantar bufet do hotel e conhecer a zona – sempre com tudo muito organizado e limpo Se tivesse areia branca  e um pouco de mais animação eu diria que tinha sido perfeito! No hotel havia sempre musica,  flamenco, ou algo parecido. Eu e a minha família passamos sempre por espanhóis – o que me irritava solenemente, por outro lado se no hotel se apercebiam que éramos portugueses olhavam-nos com aquele desprezo de pobrezinhos que também não gostávamos. Os nórdicos estavam em maioria e estranhamente  espanhóis e russos  também havia muitos, nós deveríamos ser dos únicos portugueses naquela zona.  Foi diferente passar uns dias sem ouvir falar a nossa língua materna a não ser entre nós! Até a tv do quarto tinha muitos canais e claro 0 em português. Gostei muito das estradas espanholas e sobretudo do facto de não pagar portagens nos cerca de 350km do sul de Espanha que percorremos. Eu se fosse espanhol não vinha ao Algarve, neste momento não compensa de maneira nenhuma, mal se entra em V.R. Stº António é logo a pagar e não é pouco.
Que saudades que eu já tenho daquelas águas quentes, num dia tomei mais banhos de mar do que em vários anos de Caparica.

Rumei uns dias, á aldeia da família para a visita anual, desta vez cheguei lá sem qualquer pingo de emoção – parece que cada vez menos pertenço lá ou querem que eu não pertença lá. Não me senti bem vinda, só porque devo ser das únicas que questiona as coisas, refila e procura respostas quando me estragam o que é meu. Pareceu-me ouvir constantemente ” tu não vives cá , nós fazemos o que queremos e tu tens de comer e calar”. Todos têm algo a dizer, mas ninguém faz nada.
Uma zona com tantas potencialidades e quem lá vive apenas quer ir para Lisboa, o interior cada vez mais isolado e envelhecido e o tempo lá custa tanto a passar!!!
 Sai de lá emocionada, pois não sei se lá voltarei com a minha mãe – sinto que  os problemas de saúde e a idade já pesam muito e a casa começa a não ter condições para ela. Espero estar enganada!

Estas estão a ser umas férias diferentes, vou tentar carregar mais as baterias porque não se avizinham tempos fáceis.